quarta-feira, 23 de março de 2016

Trocar por miúdos

Analisando o rumo deste blogue vejo que falta algo. Tenho vindo a descrever a perspetiva dos acontecimentos que tenho atravessado, no entanto por trás da minha vivência há fundamentos a explorar.

A minha formação académica está relacionada com ciência, contudo estou longe de ser especializada na área da infertilidade, nem quero ter o pretensiosismo de me afirmar extremamente conhecedora do assunto.

Durante muito tempo tenho vindo a estudar informação que permitiu esclarecer algumas dúvidas que me foram surgindo. Dado que há sempre muitas questões que precisamos clarificar, julgo pertinente desmistificar algumas das siglas que já referi e os fatores a elas inerentes, tentando usar uma linguagem de fácil compreensão. Tentarei não cometer imprecisões científicas e sempre que verificar algo errado tratarei imediatamente de proceder à devida correção.

Em posts futuros irei explanar alguns pontos de caráter técnico relacionados com a infertilidade mas obviamente não deixarei de parte os episódios da minha novela!

terça-feira, 22 de março de 2016

Luz verde

Fiz esta manhã a ecografia para reavaliar o estado dos ovários e as notícias são animadoras.

Está tudo em condições para preparar a transferência dos meus pequenotes.

O endométrio está trilaminar e a médica disse que é bem provável que vá menstruar nos próximos dias. Os ovários voltaram ao seu tamanho normal, poliquísticos como sempre.

As orientações foram de que deverei aguardar a chegada da menstruação até ao dia 8 de abril. Se isso acontecer, no primeiro dia irei entrar em contacto com o hospital para avisar, caso contrário naquela data deverei dizer que não aconteceu nada e assim dar início à medicação para induzir o período.

No 21º dia do ciclo vou levar uma injeção de Decapeptyl, cerca de duas semanas depois menstruo e a partir daí começo o Estrofem para tornar o ambiente acolhedor para a TEC.

No dia da TEC eu e o meu marido vamos assinar uma declaração para autorizar o descongelamento de embriões.

Se não me estou a enganar nas contas a transferência só deverá ocorrer no mês de junho.

quinta-feira, 17 de março de 2016

Tranquilidade

Encontro-me naquela altura em que nada sucede, pois Cronos é quem manda neste momento.

Permanece um resquício da hiperestimulação que é a inércia do meu cólon. Quando o rei faz anos, lá se lembra de dar sinais de vida. Fora isso e algum peso que ainda cá anda, sinto-me bem.

Terça-feira é dia de novidades sobre os meus ovários. Sei que vou estar praticamente operacional, porque fiz um pacto com eles.
Se se lembrarem de serem relativamente normais, por volta do fim de semana ovularei. Sinceramente se não acontecer, posso dar-me ao luxo de não ficar aborrecida.

Há muito tempo que não tomava tão pouca medicação. Voltei à minha rotina de apenas um comprimido diário de Eutirox.

A minha dúzia dá-me forças para enfrentar o que o futuro (muito próximo) me reserva.

segunda-feira, 7 de março de 2016

Just like a teen

Do ponto de vista etário tenho 36 anos, ontem experimentei a sensação de estar em 1994. Se durante todos estes anos não tivesse tomado nada para menstruar e alguém me perguntasse a duração dos meus ciclos, eu diria que o único que tive foi de 21 anos, 5 meses e dois dias.

Ontem quando acordei, apercebi-me que veio o período, após 4 dias de um corrimento rosado. Está a repetir-se a abundância de fluxo, só falta verificar se também vai perdurar por 9 dias.

Depois disto sinto-me invencível! (estou a cair no exagero...)

Na sequência deste acontecimento inédito recordei-me do que a enfermeira me disse no dia da punção, antes de ir embora. Não é impossível engravidar de forma natural até ao dia da TEC. De facto não é, atendendo a que a punção funcionou como um mini-drilling e não posso descartar a eventualidade de ovular daqui a umas semanas.

Claro que não vou depositar todas as minhas esperanças nesta suposição até porque, felizmente, estou numa posição confortável, pois a minha dúzia de guerreirinhos já é uma realidade. A descongelação pode correr mal, sim, mas considero que seria uma verdadeira catástrofe se nenhum vingasse.