segunda-feira, 30 de maio de 2016

Beta - TEC 1

Tal como previsto, às 8h30 estava no hospital para fazer a colheita do sangue para análise do beta-hCG desta TEC.

Preenchi o inquérito de satisfação e voltei para casa, sendo que às 12h30 deveria regressar para ter a aguardada notícia no consultório. Já passava das 14 horas quando fomos atendidos e a frase usada não podia ser mais direta "Ainda não foi desta". Perguntaram-me se menstruei ao que respondi não, porque não é hábito.

Entregaram-nos o relatório deste ciclo. O valor do beta não dá qualquer margem para dúvidas, pois é inferior a 1,2.

Vou suspender toda a medicação e em setembro volto ao ataque. Daqui a uns dias devo (espero eu) menstruar devido à privação de progesterona, a partir daí os meus ciclos serão regulados através do Provera. No primeiro dia de sangue vivo do ciclo que iniciar em agosto ligo para o hospital para agendar ecografia no 21º dia e voltar a fazer injeção de Decapeptyl e todo o resto que se segue. Começará mais uma saga...

A minha esperança vai ficar depositada nos pequenos 10 embriões que ainda estão criopreservados. Se a frequência de negativos se mantiver e os descongelamentos não resultarem em fragmentação de embriões, com os 4 meses entre cada TEC consigo andar nisto até janeiro de 2018, ou seja, até aos 38 anos. Se mesmo aí ainda não for bem sucedida, faremos um balanço da nossa vida, porque se enveredarmos pela segunda FIV, já terei 39 anos devido às listas de espera.

Isto está a fugir de qualquer plano que possa ter traçado para a vida. Gostava de poder ser mãe antes dos 40 anos para aumentar as hipóteses de o(s) nossos(s) filho(s) terem a oportunidade de crescer(em) com a presença da mãe. Perdi o meu pai quando ele tinha 54 anos em virtude de doença oncológica. Apesar de eu fazer vigilância desde os 22 anos, pois a propensão para ter cancro é elevada tendo em conta o contexto familiar diversificado neste âmbito, fica sempre aquele receio de que um dia é a minha vez.

Neste momento só tenho mais duas chances de ser mãe com 37 anos. A próxima TEC vai ocorrer dois meses antes de completar 5 anos de luta contra a infertilidade.

Ainda não escorreu nenhuma lágrima, faltam-me forças, mas tenho também no horizonte dez possibilidades de dar a volta a isto.

domingo, 29 de maio de 2016

Dia 13 - TEC 1

Aproxima-se o final desta etapa.

Fisicamente não foi dolorosa. Só a tensão mamária que permanece desde o dia 20 é que posso classificar como incomodativa, principalmente quando ando.

O top do sofrimento dos tratamentos que fiz até hoje foi a fase final da estimulação e o pós-punção. Desejava imenso que não fosse necessário voltar a repetir.

Emocionalmente confesso que desde a estimulação até à criopreservação dos mini-nós o stress foi uma constante. Ao contrário de muitas pessoas que passam por estes tratamentos e descrevem a espera até ao beta como a mais sufocante, não sou da mesma opinião. Se tiver de fazer novas TEC, acredito que passe também a pensar assim e varra temporariamente da memória tudo o que aconteceu antes.

Como não estou habituada a menstruar normalmente, livrei-me da desilusão de dar de caras com um cenário sangrento antes de fazer o beta. Porém a dúvida sobre o resultado é ainda maior.

Independentemente do que acontecer amanhã mantenho a confiança no serviço de Medicina de Reprodução do HSJ.

No dia da TEC perguntei se, em situação de gravidez, era obrigada a ser acompanhada na minha área de residência. A boa notícia é que posso escolher e há alguns anos foi criado no HSJ um serviço de consulta para quem recorreu a técnicas de PMA. Na prática funciona como as demais consultas de obstetrícia, mas o enquadramento deve ser diferenciado, tendo em conta as circunstâncias em que a gravidez ocorreu. Não tenho dúvidas que é lá que quero ser seguida, apesar de não serem frequentes comentários negativos acerca dos partos no primeiro hospital onde comecei as consultas de infertilidade. O que não gostei nesse local foi dos constantes adiamentos de consultas, a automatização de procedimentos sem tentar perceber muito bem quem estava ali à frente e o enorme tempo que passou até chegarem à conclusão que o HSJ era a melhor opção. Continuo convicta que esses dois anos fizeram-me perder a oportunidade de ser mãe muito antes do que alguma vez irá acontecer.

Vou aproveitar também esta oportunidade para agradecer às lutadoras que estão no mesmo barco, pelo apoio incondicional que têm demonstrado, tanto aqui, no meu espaço virtual, como no fórum onde nos "conhecemos". Nunca nos vimos fisicamente, contudo é caricato que neste mundo obscuro que não desejávamos conhecer, as coincidências da vida levaram até que encontrasse uma conterrânea!

Não é um texto de despedida. É tão somente uma forma de organizar o turbilhão de ideias que saltitam entre um ou outro neurónio.

Amanhã dou novidades (sem filtro).

sábado, 28 de maio de 2016

Dia 12 - TEC 1

Gostava de poder dizer que estou animada e confiante de que segunda-feira vou ter a melhor notícia de sempre. Estaria a mentir...

O meu eu interior anda a sussurrar que as dificuldades estão longe de terem terminado. Que apesar de finalmente ter concluído um tratamento, não será este a ditar o final feliz, se é que alguma vez saberei o que isso será. Chamar-me-ão pessimista. Eu respondo que me conheço há muito tempo.

Esta é a verdadeira luta da minha vida, nada mais nestes 36 anos, exigiu tanto de mim. Depende apenas da resposta deste conjunto de células (des)organizadas a que chamo corpo e a este respeito tem-me deixado ficar mal demasiadas vezes.

Durante a semana voltei a ter sonhos relacionados com maternidade.

No primeiro tudo era harmonioso, estava feliz com um lindo filho recém-nascido, ávido por uma refeição que só eu podia proporcionar. A nossa ligação já era fenomenal.

No segundo sonho o cenário era numa sala de ecografia. Acabava de ser detetada uma anomalia de caráter vascular em metade do rosto do feto. O médico dissera que havia a possibilidade da situação ser passageira, porém não podia ser descartada a hipótese do problema ser permanente.

Só quero que chegue o dia 30 para tornar evidente o que suspeito e poder passar ao plano seguinte. Não me posso tornar refém deste objetivo. Tenho de saber conjugar o desejo de continuar a enfrentar este terrível bicho-papão com a vida extra-infertilidade.

sexta-feira, 27 de maio de 2016

Dia 11 - TEC 1

Esta etapa está próxima do fim. Aquilo que mais desejo é que não seja necessário repetir ou quando muito, que o faça daqui a uns anos para aumentar mais a família.

O herpes está maior, mas ainda não ao ponto de causar um incómodo significativo.

Não houve mais nada de novo.

Estou cansada, não sei se é da espera pelo beta ou se é mesmo sono...

quinta-feira, 26 de maio de 2016

Dia 10 - TEC 1

Este período de espera pelo beta leva-nos a procurar minúsculos sinais que nos possam aumentar a esperança de um resultado positivo.

Quando pensava que o dia ia ser outra vez de tensão mamária e uma ou outra pontada forte, vejo no meu lábio o aparecimento de um herpes.

Confesso que nunca fiquei tão feliz por isso. O meu ânimo melhorou consideravelmente, porque no início de uma gravidez o sistema imunitário está mais débil, havendo relatos de constipações inesperadas, herpes e outras afeções. Sendo o vírus Herpes-zóster oportunista, em situações de maior fragilidade ou stress, ei-lo a dar um ar da sua graça!

Tenho de me mentalizar que hoje é dia 26, já faltou mais para chegar ao 30 para desvendar finalmente o mistério.

quarta-feira, 25 de maio de 2016

Dia 9 - TEC 1

Continua a contagem decrescente para o dia do esclarecimento da maior dúvida da minha vida. Não houve nada até ao momento que me dissesse "esquece, andaste a perder tempo durante estes dias". Esta ausência de evidências faz-me voltar a pensar que a taxa de sucesso de 30% que se fala numa primeira TEC não tem significado para mim. Eu vejo como 50%, ou seja, resulta ou não resulta. É uma visão mais otimista, não é?

Não estou feliz nem triste, estou à espera que o tempo passe. Como o tempo é o que mais abunda no tratamento da infertilidade, tenho de encarar esta etapa com muito otimismo, porque felizmente algo está a ser feito, embora à escala microscópica. Deve reconhecer-se também a ajuda do empurrãozinho químico que, diariamente, assegura as melhores condições para a ocorrência das reações que originam o nosso milagre.

terça-feira, 24 de maio de 2016

Dia 8 - TEC 1

Esta fase, que já está a começar a perder o encanto, deve ser algo semelhante às semanas de gravidez em que a barriga não desenvolve, não se sentem os movimentos do feto, porque ainda é muito cedo e nunca mais chega o dia do raio da ecografia tranquilizadora. Aí só se pensa "haverá algo errado?"

O dia foi praticamente mais do mesmo que não é quase nada. Este nada é ensurdecedor, paralisante, causa dúvida, insegurança e aquela maldita palavra que quem está no mundo da infertilidade mais ouve e despreza - ANSIEDADE. Porém muito controlada, ressalve-se, que estou longe de um estado de pânico.

Além da tensão mamária que continua, enquanto trabalhava notei um ou outro incómodo no baixo ventre, localizado principalmente do lado direito. Estava a trabalhar quando, por volta das 19 horas, senti uma forte pontada no mesmo sítio, quando me levantei para ir buscar um livro. Estas sensações que estamos habituadas que ocorram quase diariamente, fazem-nos acender nesta altura, um alerta vermelho, roxo, azul, de todas as cores possíveis. Inundam o nosso cérebro com os piores finais imagináveis em primeiro lugar e só mais tarde a hipótese de que os embriões estarão a dar sinal que estão a gostar do sítio onde se encontram. Um raciocínio em modo stand-by dava jeito durante estes 12 dias.

Diz o Dr. Google que de acordo com o desenvolvimento embrionário, tendo havido nidação, a famigerada hormona beta-hCG já anda a circular na minha corrente sanguínea. Ela que me invada, que é muito bem vinda!

segunda-feira, 23 de maio de 2016

Dia 7 - TEC 1

Hoje foi dia de regresso ao trabalho, contacto com pólenes, espirros...

Tirando umas pontadas mínimas na zona do ovário direito que mal senti, não houve rigorosamente mais nada de diferente. Se continuasse em modo repouso podia, se calhar, ter-me apercebido de mais alguma coisa, quem sabe...

Daqui a uma semana estarei aqui a dar as novidades sobre o desfecho da TEC. Irei dizer que vou repetir o beta passadas 48 horas para confirmar a boa evolução dos mini-nós. Vou exprimir quão afortunados somos pelos mini-nós nos terem dado oportunidade.

É um belo sonho, não é? Ainda tenho 6 dias para pensar assim.

À TEC Team estou sempre a enviar energia com muito beta-hCG!

domingo, 22 de maio de 2016

Dia 6 - TEC 1

Aproveitei parte do dia para repor vitamina D que estava escassear no meu organismo.
S. Pedro foi amiguinho e brindou o céu com um brilho convidativo.

Se algo diferente aconteceu não me apercebi. A tensão mamária continua por cá, bem como a boa disposição.

Está tomada a decisão acerca da realização de um teste de gravidez antes do beta. Vamos deixar nas mãos do HSJ, ou seja, fazer a análise da hormona beta-hCG. Suponho que o resultado seja dado por telefone.

Só saberemos mesmo no dia 30, com a análise ao sangue. Não me posso guiar por qualquer data para vinda da menstruação porque, quem tem andado a seguir o meu percurso, já sabe que ela não vem. Comigo vai ser o verdadeiro fator surpresa (que será das boas).

Meus mini-nós, de cada vez que penso em vós sou invadida por uma serenidade que me sabe tão bem!

sábado, 21 de maio de 2016

Dia 5 - TEC 1

Termina hoje o dia oficial estipulado para o repouso.

Amanhã vou sair de casa pela primeira vez desde a TEC, mas continua o condicionamento no que diz respeito a carregar pesos ou fazer esforço fora do normal. Nestes dias de clausura não me apercebi da variação da temperatura no exterior ou dos níveis de pólen no ar.

Houve algo que notei ao longo do dia. Sinto alguma tensão mamária, que pode perfeitamente ser provocada pelo acumular de progesterona que estou a aplicar diariamente.

Estou quase a chegar a meio desta fase, a encará-la com tranquilidade, otimista mas não inteiramente convencida, porque aprendi a ter sempre um pé atrás.

Não tive, até ao momento, nenhum motivo de sobressalto, contudo não posso dar por adquirido que os mini-nós tenham andado a evoluir e já estejam a fixar-se no endométrio. Será uma honra para mim se me estiverem a dar essa oportunidade. Vou continuar a aguardar os próximos desenvolvimentos.

sexta-feira, 20 de maio de 2016

Dia 4 - TEC 1

Non, rien de rien.

Oxalá que a ausência de algum tipo de sinal seja sinónimo de que tudo está a rolar com normalidade.

Daqui a uma semana já estarei em condições de saber se os mini-nós estão a apreciar a estadia. Ainda não tomámos uma decisão quanto à realização de um teste antes do beta.

Se compararmos este processo ao que fazíamos em criança, com feijões em algodão, a germinação terá iniciado e os pequenos lutadores vão fixar-se nos próximos dias. A partir dali começará a criação do sistema de irrigação. É impressionante o funcionamento da natureza!

TEC Team, envio muita energia positiva!

quinta-feira, 19 de maio de 2016

Dia 3 - TEC 1

Este período de repouso faz-me lembrar aquela canção típica da altura das janeiras que diz algo do género 'nas palhas deitado, nas palhas estendido'. É mais ou menos isso. O sofá foi o grande companheiro do dia, não esquecendo a solidariedade da minha menina de 4 patas. Conseguimos dormir uma soneca juntinhas, no final da manhã. À tarde continuei a ser presenteada pelas suas boas vibes, assim como por uma sessão vigorosa de massagem no pescoço.

Felizmente a enxaqueca foi dar uma volta durante a noite com Morfeu, por isso o dia foi bem mais leve ao ponto de, por momentos, ter perdido a noção do dia da semana em que estava.

Desejo tanto que os mini-nós se sintam confortáveis e estejam a progredir bem. Não sinto nada de diferente, quero interpretar isso como um bom sinal, como que a dizer que o meu corpo não está a rejeitar os embriões e a dar-lhes o seu tempo.

Fiquem comigo! Agarrem-se a mim no sítio certo e cresçam saudáveis!

quarta-feira, 18 de maio de 2016

Dia 2 - TEC 1

Uma palavra para descrever o dia de hoje: ENXAQUECA

Ontem comecei a sentir mas sendo o dia da TEC e não querendo acrescentar mais um fármaco que pode ser tomado, o paracetamol, optei por deixar passar a noite. Sentia a enxaqueca em cada minuto, de manhã ainda estava mais intensa. Deixei-me de teimosias e tomei o dito comprimido. Serviu para aliviar durante umas 3 horas apenas. Continuo com a enxaqueca e estou a ver que me vou deitar outra vez assim.

Se tudo estiver a correr bem, a esta hora os meus pequenos guerreiros deverão ser uns belos blastocistos, prestes a agarrarem-se a mim com todas as forças.

A contribuir para o sucesso desta explosão de vida tenho beneficiado das boas vibrações provenientes do ronronar da minha miúda felina, junto ao meu peito, para que os mini-nós comecem a sentir o ambiente acolhedor que lhes podemos proporcionar.

Continuo tranquila e esperançosa, porém com os pés assentes na terra.

terça-feira, 17 de maio de 2016

Pontinho de esperança

Foi assim que vos vi pela primeira vez. Um ponto branco, cada vez mais brilhante, como que a avisar que é a luz que vai transformar a nossa vida. Tenho-vos comigo, ainda me custa a acreditar. Desta vez praticamente não houve dor, o que é estranho, porque acostumei-me neste processo a que tudo seja sofrido física e emocionalmente.

Sinto uma enorme paz interior.

Segundo a bióloga os mini-nós eram muito bonitos, de muito boa qualidade, assim como todos os elementos da nossa dúzia. Houve um bom descongelamento e os pequeninos portaram-se à altura, pois não fragmentaram.

Vou manter a medicação exatamente nas mesmas condições.

Alertaram-me para a possibilidade de ter pequenos sangramentos durante os próximos dias, que podem ser normais.

Vou ter um período de repouso de 5 dias e no dia 30 será revelado o número que certamente será mágico.

sábado, 14 de maio de 2016

#TECTEAM

Se, por um lado, a infertilidade nos faz sentir criaturas alienígenas pela 'anormalidade' que nos distingue dos demais que nos rodeiam, a busca por informação que nos permita conhecer-nos um pouco mais leva-nos a entrar, quase inevitavelmente, no mundo dos fóruns. Neles conseguimos tirar dúvidas, realizar esclarecimentos, partilhar frustrações e sucessos, criar laços com outras lutadoras de qualquer ponto do planeta.

Estes próximos dias vão ser deveras importantes para mim e umas miúdas ultra-especiais.

A nossa TEC TEAM está a reunir o que de mais positivo pode haver no coração para as transferências que vamos fazer serem uma explosão de vidas a germinar e crescer nos trimestres vindouros.

A compilação que se segue vai resumir alguns dados da minha FIV que serão atualizados ao longo dos dias.

Instituição: HSJ
Punção: 22-02-16
Embriões criopreservados: 12
Tipo de ciclo: induzido
Fármacos usados: Decapeptyl 3,75 (12-04-16)
Estrofem (desde 02-05-16, não menstruei)
Progeffik (desde 14-05-16)
Data da TEC: 17-05-16
n.º de embriões transferidos: 2
Embriões que permanecem fresquinhos: 10
Data do beta: 30-05-16
Resultado do beta: < 1,2 (mega negativo) TEC TEAM, may the success be with us!

quinta-feira, 12 de maio de 2016

Habemus data!

Neste processo tudo fica tão mais próximo quando há uma data marcada. Aquela que poderá ditar a mudança da minha vida é 17 de maio, que este ano coincide com o feriado do município onde resido.

TEC, minha querida, não me pregues partidas pois mereço alguma tranquilidade.

A juntar ao rol de fármacos que pululam no meu cantinho químico há mais um membro, de sua graça Progeffik. A partir de sábado fará parte da minha rotina durante 12 semanas (pois tudo vai correr bem). Para já a dose será de 2 cápsulas diárias.

Não vou dizer que estou extasiada, porque há sempre um receio contido de estar a sonhar demasiado alto, mas estou satisfeita por chegar a este patamar.

segunda-feira, 9 de maio de 2016

Números

A infertilidade faz parte do meu quotidiano há uns anos, no entanto o que a motiva acompanha-me desde 1994.

Fiz um apanhado daquilo que tomei ao longo do tempo diretamente relacionado com esta problemática e os números são impressionantes.

A listagem que se segue é baseada na contagem de unidades/comprimidos/doses/carteiras de todos os fármacos que me recordo terem invadido o meu organismo de forma mais ou menos eficaz.

Progyluton - 504 comprimidos
Provera - 1440 comprimidos
Yasmin - 756 comprimidos
Dufine - 60 comprimidos
Puregon - 2575 UI
Menopur - 1350 UI
Orgalutran - 6 doses
Decapeptyl 0,1 - 1 dose
Decapeptyl 3,75 - 1 dose
Ovusitol - 480 carteiras
Dikirogen - 180 carteiras
Dostinex - 8 comprimidos
Acfol - 28 comprimidos (ainda a tomar)
Estrofem - 17 comprimidos (ainda a tomar)
Progeffik - em aplicação

Não incluí na listagem os mais de 10 000 comprimidos de Thyrax e Eutirox que tomei em 19 anos, sendo que este último continuo a usar. De certa maneira têm o seu contributo no meu tratamento.

Custa a crer que está quase :)

Já se vislumbra uma data para a primeira e espero que, infalível TEC. Na ecografia desta manhã ficou apurado que o endométrio está com 8 mm de espessura.

A partir de hoje passarei a tomar 3 comprimidos de Estrofem distribuídos da seguinte forma: 1 de manhã e 2 à noite para prevenir eventuais náuseas. Na próxima quinta-feira farei outra ecografia, pois o objetivo destes 3 dias é tentar chegar aos 8,5 mm.

A médica apontou a TEC para o início da próxima semana, sendo que o agendamento será realizado na quinta.

Para quem já anda neste percurso sinuoso há quatro anos e meio parece inacreditável estar a uma semana de concluir um tratamento sem ouvir a palavra CANCELADO! Neste campeonato houve várias descidas de liga, mudanças de clube e treinadores, apuramentos falhados e nenhuma medalha até ao momento.

Tenho um desejo imenso de chegar àquele dia em que saio do piso de Medicina de Reprodução com aquelas 'fotos' a preto e branco do(s) nosso(s) filho(s), que vou contemplar, horas a fio, completamente embevecida. Já agora, não achando estar a ser demasiado ambiciosa vou mais além. Desejo que o(s) mini-nós cresça(m) bem e seja(m) motivo de um enorme orgulho.

Me aguardem nenês, Mamãe 'tá na área!

segunda-feira, 2 de maio de 2016

De volta à ação!

Após o contratempo que surgiu com o Decapeptyl, entrei em contacto com o HSJ, como já tinha ficado combinado na quarta-feira passada.

Foi possível fazer ainda esta manhã uma ecografia e o endométrio estava com uns delicados 2,4 mm. Perguntei o motivo do atrofiamento do endométrio, uma vez que não tenho hemorragia. O que a médica me disse foi que poderá ter havido escamação das paredes, no entanto em quantidade insuficiente para que me apercebesse.

Deu-me ordem para iniciar ainda hoje o Estrofem em dois comprimidos diários (de manhã e à noite) e daqui a uma semana volto a fazer ecografia.

Estou contente, embora com reservas. Não quero lançar foguetes antecipadamente.