terça-feira, 23 de maio de 2017

Até quando? Já estabeleceste um limite?

Em novembro de 2011 deu-se o início desta caminhada que, até agora, tem sido infinita. São 5 anos e meio da maior teimosia da minha vida.

Como referi no post anterior, nestes dois dias, algumas pessoas perguntaram-me se já estabeleci ou refleti até quando vou continuar nesta luta. Se até há uns 8 meses ainda não tinha definido muito bem, de uma coisa tenho a certeza atualmente, a minha consciência diz-me que ainda é cedo para parar.

Não sei por que motivo, há muito suspeito que os 12 mini-nós não serão suficientes para concretizar o nosso objetivo (meu e do meu marido). Se em janeiro de 2018 o hospital mantiver a palavra relativamente à possibilidade de fazer mais uma FIV, será essa a derradeira hipótese (partindo do princípio que se conseguem obter embriões). Caso haja repetição de uma multiplicidade de mini-nós, esgotá-los-ei se for preciso. Numa situação extrema de insucesso, dou por finda a guerra, baixo as armas, rendo-me às evidências e sigo a vida em paz comigo mesma.

Imagino que ao realizar outra estimulação vá hiperestimular outra vez, porque aqueles dois filhos da mãe (ovários) não têm meio termo. Estou disposta a passar por isso uma última vez.

Fazendo uma retrospetiva, este é o décimo segundo procedimento que está a ser realizado, embora não o pareça. Pela opinião da minha mãe eu já deveria ter desistido. Entristece-me vê-la reagir dessa forma, principalmente porque não tem netos e seria provavelmente a única hipótese de ser avó. Por outro lado compreendo a perspetiva dela, pois está a colocar o meu estado de saúde acima da questão da perpetuação da família. Não vamos ser inconscientes ao ponto de ignorar os riscos a médio e longo prazo que estas bombas hormonais fazem ao nosso corpo. Quanto mais tentativas forem realizadas, maiores as probabilidades de algumas coisas desagradáveis acontecerem.

Infelizmente não tenho um background familiar muito simpático no que toca a coisas chatas e complicadas, daquelas que não têm resolução possível. A minha própria história foi, desde sempre, marcada por visitas frequentes a médicos e vi no rosto da mãe todo o seu sofrimento quando eu não estava bem. Ela quer, no fundo, resguardar-me do sofrimento.

O próximo post será sobre dor.

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