terça-feira, 18 de julho de 2017

Viver na/para/com infertilidade

No meio de toda a confusão de folhetos promocionais que recheavam a minha caixa de correio, encontrava-se o envelope cujo conteúdo me fez recordar pela milésima vez (hoje) que a infertilidade não me larga.

Dia 10 de agosto farei a histeroscopia. Ela será realizada a 3 meses de completar 6 anos desta novela que deve ser patrocinada por uma conhecida marca de pilhas. Tenho lido umas coisas acerca do que se poderá encontrar aqui no meu t0. Não tenho qualquer pista, por isso estou bastante curiosa em relação ao assunto. O resultado será um abre-olhos e uma etapa determinante nas tomadas de decisão a realizar nos próximos meses.

Ainda não há previsões de quando se irá realizar a TEC 5, mas tenho a indicação que é pouco provável que seja antes de outubro.

Fazendo uma rebobinagem ao que sucedeu nos últimos meses vejo que em abril contactei o hospital para ter luz verde para iniciar o ciclo da TEC, em maio este iniciou, vieram as monitorizações e a TEC. Em junho chegou o primeiro beta e tudo o que seguiu de mau. Em julho continuava a saga dos betas e a definição de nova estratégia. Em agosto vem a histeroscopia... Mais de um terço do ano só para esta parte. Se voltar ainda mais atrás o mês de janeiro também esteve em destaque.

Não estamos no fim do ano e a infertilidade tem sido nota dominante das minhas horas. Vivo-a, respiro-a, sinto-a, desprezo-a.

terça-feira, 11 de julho de 2017

Beta 8 - fim de mais um capítulo

Ontem foi feita a derradeira colheita de sangue mas o hospital deve ter-se esquecido de me contactar, então hoje telefonei para saber se finalmente se confirmava um resultado negativo. De facto a hormona já cá não circula.

Estava a supor que não tivesse beta-hCG no sangue, porque acredite-se ou não, a minha gata é um detetor muito eficiente. Durante a fase em que a hormona apresentava valores positivos ela massajava-me a barriga e deitava-se ao longo da mesma, quando o seu hábito é deitar-se no meu peito. As massagens costuma normalmente reservá-las para o meu pescoço ou cabelo. Desde meados da semana passada deixou de dar prestar atenção à barriga.

Quinta-feira vou assinar o consentimento para a realização da histeroscopia e só então poderá ser feito o seu pedido.

A hemorragia cessou definitivamente no domingo, ou seja, durou 17 dias desde o início das perdas que anunciavam o aborto até ao fim de semana passado.

Dou por encerrada a TEC 4 e a ilusão de que o fim da tortura era possível.

segunda-feira, 3 de julho de 2017

Beta 7

Pensava que ia agendar a histeroscopia mas o beta ainda está em 621. Daqui a uma semana faço a oitava colheita deste filme interminável que já ultrapassa a série Rocky. Tendo em conta que a hormona pode demorar até 6 semanas a desaparecer do corpo, poderei ter de fazer mais análises. É como se fosse picar o cartão ao hospital. Quando finalmente puder ser agendada a histeroscopia ainda terei de lá ir assinar um consentimento, porque esse exame é considerado ato cirúrgico.

A hemorragia está nos restinhos, daqui a dois dias já não deve haver vestígios de nada.

Aquilo que queria neste momento era encerrar definitivamente este capítulo para o luto não perpetuar indefinidamente. Posso dizer que estou bem, mas há situações que exigem um ponto final para proporcionar mais alívio. Esta é uma delas...

Outra coisa em que tenho pensado é que, o que me traria mais alguma esperança seria que na histeroscopia fosse encontrada alguma anomalia (pólipos ou miomas não detetados nas ecografias), de fácil resolução e que tivesse sido essa a causa das falhas de implantação. Se atender à hereditariedade não é impossível (a minha mãe tinha) e eu mesma tenho desenvolvido pólipos no estômago há muitos anos. Dar-me-ia mais alento esse diagnóstico do que estar tudo bem e ficar a pensar que o problema pode estar centrado nos mini-nós. A dúvida a esse nível persistirá sempre, porque não tenho condições financeiras para embarcar em tudo o que envolve uma PGS.